Eu lhe convido a conhecer o meu mudo de rimas, medos e desejos em formas de poemas que são pedaços do meu ser, que sempre muda. Aproveite cada instante. Espero que seja agradável.
Eu Quero
Céu azul,
chão quente.
Muitas pessoas
vendendo coisas frescas.
Eu quero um abraço forte
e um beijo suave,
antes do dente acender.
Aquele céu azul infinito, com o sol transbordando de energia. Energia essa que transforma o chão numa espécie de frigideira. O verão é algo lindo, mas também castiga os que não escolhem a hora e o local de se expor ao sol.
Como em cada necessidade nasce uma oportunidade, os vendedores de delícias frescas e açucaradas se aquecem para refrescar os outros e claro, recebendo o seu sustento, pois nós todos necessitamos disso.
E para um final anticlimático, trago o silêncio….
Sim, eu sei, o verão rima tanto com o silêncio como uma farra noite adentro consumindo leitinho morno com bolachinas.
Mas quis falar de um gesto sem enfeites, um abraço e um beijinho sem gargalhadas espalhafatosas, e claro, não estou a dizer que eles fazem o gesto ser falso.
Apenas aprecio o simples.
E esses dois mundos podem conviver, cada um na sua hora.
Nós todos temos o nosso ponto fraco. E há momentos em que a nossa fraqueza consegue uma força que supera a nossa força de vontade. Mas parece que existe algo além, que nos mantém na luta, eu não sei ao certo como chamá-lo.
A nossa proteção é algo imprescindível, como um casaco longo no meio de uma tempestade. Mas temos de ter atenção para que essa proteção não nos consuma, e poluir a nossa essência.
Desculpem, eu sempre estou aqui dizendo, cuidado com isso e aquilo, mas é algo que sempre digo a mim mesmo, então isso se reflete no meu discurso.
Fiquem bem.
Boa jornada.
Hoje vivemos numa sociedade de metas. Onde tudo parece ser uma corrida sem fim para ter tudo o que todos os outros já obtiveram mil anos atrás. E nós temos de correr atrás desses troféus todo santo segundo e todo santo segundo estes troféus se tornam cinzas e são levados pelo vento, que mais parece um treinador nervoso com um apito na boca acabando com os nossos ouvidos.
Então o medo de ficar para trás nos persegue a cada passo.
Tal como o medo dos prazeres que acaba nos machucando de algum jeito. É tão bom durante, mas tão mal depois. E isso me lembra aquela coceirinha deliciosa até se tornar numa ferida.
Uma ferida que temos de curar.
Tem momentos que o medo é tanto que ele nos consome.
Penso que nós todos já passamos por isso.
Um medo que me persegue é o medo de julgar e logo um espelho me mostrar as mesmas falhas. Talvez assim o meu dedo indicador durma um pouco. E eu possa me ver no mundo e o mundo em mim, e tentar ser melhor, para que o mundo em mim seja melhor.